Estou na Formação Profissional de tronco e membros... e muitas vezes não sei até quando...
A Formação está cada vez menos "Profissional" e eu não estou talhada para este "deixa andar".
Abundam profissionais habilitados e abundam ainda mais os "desabilitados" convencidos de que merecem um lugar ao sol numa qualquer empresa, de preferência a ganhar muito sem fazer nada.
Na Formação, já não se forma... na formação é cada vez mais frequente oferecer certificação a troco de nada e eu resisto, nado todos os dis contra a maré e tento reforçar as minhas forças a cada dia, para me juntar a muitos profissionais, que tal como eu, continuam a teimar em exigir esforço, aplicação, sacrifício, inteligência, dedicação e estudo.
O mercado de trabalho é cada vez mais escasso e exigente mas mesmo assim, parece que ninguém quer verdadeiramente apostar no "saber".
Não basta saber, é preciso alear o saber a outros itens, é preciso "saber fazer" e é preciso "saber ser".
Excerto de um artigo que escrevi:
".../...
Às vezes acho que avançamos no “tecnológico” e nos esquecemos de atender ao humanismo. Às vezes acho que os formandos, a quem me dedico de espírito, corpo e muitas vezes alma me vêem sem me ver, me “gramam" sem me perceber e me aturam sem me entender.
E é quando lhes proponho trabalhos tecnológicos subordinados a temas humanitários, que me choco e entro em pânico!
É quando percebo que desconhecem ou negam temas reais como os da pobreza, da mendicidade, da violência doméstica, dos impactos da toxicodependência ou mesmo do alcoolismo, quando percebo que continuam a não saber da sua sexualidade, que me distraio da tecnologia e me concentro na humanização!
E nesses momentos de aflição, acordo e percebo que estas tecnologias têm que ser usadas a favor do homem, a favor de o tornar melhor, mais culto, mais generoso e mais humano.
A tecnologia só deveria ser usada a nosso favor, para nos pôr de frente para os outros e nunca de costas.
Ainda assim, a cada formando com que trabalho, teimo em ver gente e acalento a esperança de ter tido o atrevimento necessário para lhe ter tocado com um dedo.”